O ano de 2018 foi melhor do que o esperado no segmento de motocicletas.

A venda e a produção foram melhores do que os fabricantes previam e estes foram levados a rever as projeções e o otimismo voltou a setor. Além do bom resultado comercial, a indústria de motos apresentou diversos lançamentos, em segmentos mais variados, e com modelos mais modernos e seguros. Antes de acelerar rumo a 2019, no qual os fabricantes projetam novo crescimento, vale a pena relembrar alguns fatos marcantes deste ano que se encerra.

Mais de 1 milhão – O ano ainda não acabou, mas segundo projeções da Abraciclo, a associação dos fabricantes de motocicletas, a produção de motos deve ultrapassar a número de 1 milhão de unidades fabricadas – fato que não ocorria desde 2015. Ainda estamos longe do recorde de 2011, quando a produção chegou perto de 2 milhões de motos, mas as 1.035.000 motos produzidas em 2018 dão sinais de que há uma tendência de crescimento. Seja pelo otimismo com a economia, ou pelos inúmeros lançamentos, o fato é que o mercado de motos voltou a crescer. Vamos torcer para que mantenha o ritmo.

Freios mais seguros – Muitos dos lançamentos de motocicletas ou as nova gerações de modelos consagrados foram impulsionados pela exigência de freios mais eficientes: a partir de 2019 as motos até 300 cc terão de oferecer freios combinados ou ABS e, acima de 300cc, o sistema de freios antibloqueio será obrigatório, de acordo com a legislação. Motos populares, como a Honda Pop 110i recebeu o freio combinado e modelos maiores, como a Yamaha Lander 250 com ABS, ficarão mais seguros no próximo ano.

Trails renovadas – E por falar em Lander, a trail de 250cc da Yamaha foi renovada para o próximo ano. Além do ABS, apenas na roda dianteira, o modelo ganhou design novo, tanque maior e um assento mais confortável para substituir a antiga geração e também a Ténéré 250, que será descontinuada. A Honda também trocou toda a roupagem da XRE 300, que traz nova identidade visual, sistema de iluminação Full-LED e freios ABS de dois canais. Duas novas opções para quem curte uma moto versátil para rodar na cidade e pegar uma estrada de terra sem problemas.

“Compactas” cresceram – Recentemente, vimos um aumento dos modelos classificados como “compactas premium”, ou seja, modelo de capacidade cúbica não tão grande assim, mas com design e tecnologia de motos maiores. Yamaha MT-03, Kawasaki Versys X-300 e KTM Duke 390 são bons exemplos do segmento, que atrai quem procura uma moto mais sofisticada, mas não quer subir tanto de cilindrada. Neste ano, com a chegada da nova Kawasaki Ninja 400, o segmento “cresceu”: afinal, uma moto de 400 cc e 48 cv não é tão compacta. E isso deve continuar, pois a fábrica japonesa já apresentou a Z 400, uma versão naked da Ninjinha, que agora não é tão pequenina assim. E nova naked de 400cc também deve vir ao Brasil.

O que vale é a experiência – Com o objetivo de conquistar e fidelizar clientes, as marcas estão cada vez mais criando cursos, encontros e viagens. A Honda seguiu os passos de outras marcas premium e criou o Red Rider, um programa de fidelização de clientes que promove atividades para que os motociclistas coloquem suas motos para rodar. A receita utilizada pela Honda já é consagrada por outros fabricantes, como BMW, Harley-Davidson e Triumph. Cursos de pilotagens on e off-road, eventos com proprietários, viagens nacionais e internacionais ajudam as marcas a se aproximar dos clientes.

Motos autônomas – Entre os carros a direção autônoma já é uma realidade, mas nas motos as tecnologias do futuro ainda são uma incógnita. A Ducati apresentou neste ano uma moto que “conversa” com os carros para evitar acidente, mas a BMW foi além e criou uma moto que “anda sozinha”. Embora a demonstração em um circuito fechado tenha apresentado uma R 1200 GS que deu algumas voltas sem piloto, a marca alemã garante que o objetivo não é criar uma moto autônoma, mas sim entender a dinâmica da condução em duas rodas e, com isso, criar sistemas que evitem quedas e acidentes graves com motociclistas. Pois que graça teria uma moto que não precisa de piloto?

Veículos compartilhados – Também pensando no futuro da mobilidade, os serviços de compartilhamento de veículos de duas rodas chegaram ao País. Na cidade de São Paulo, depois das bicicletas, surgiram patinetes e scooters elétricos que podem ser compartilhados: você paga apenas pelo tempo e distância que utilizar. Mesmo ainda incipiente, as iniciativas nesse sentido mostram que, no futuro, talvez não seja necessário possuir uma moto ou um scooter, basta pagar pelo tempo e uso do veículo. Principalmente, nos deslocamentos diários e para percorrer pequenas distâncias.

 

Fonte: www.mototour.com.br