Durante o dia, temos um grande foco de luz localizado bem em cima das nossas cabeças, que é o sol, mas e quando escurece?

O foco principal de luz desaparece e só somos capazes de enxergar pela luz que geramos, seja dos postes de iluminação, seja pelo farol dos carros e motos. A luz do farol incide sobre objetos, uma parte é absorvida e outra é refletida de volta.

À noite temos de contar com iluminação artificial. E isso muda tudo, porque o campo de visão será limitado pela capacidade de o veículo gerar iluminação, ou do quanto a cidade investiu em iluminação pública. No caso de nós, motociclistas, além de ver, temos de ser vistos porque temos uma menor capacidade de gerar iluminação, além da natural condição de menos visíveis em função da menor área.

Alguns motociclistas simplesmente se recusam viajar à noite. Não precisa chegar a extremos, até porque muitas vezes pilotar à noite não estava previsto no começo da viagem.

A seguir, 12 dicas para quem tiver de pegar estrada – e cidade – à noite:

1 – Inspecione sempre as luzes da moto. Com farol, é fácil perceber se está tudo certo porque, na maioria das motos, podemos ver quando a luz está acesa. Mas no caso da lanterna traseira, só percebemos que está queimada se alguém avisar. A luz de freio também precisa ser checada. No caso dos piscas é mais fácil porque quando um deles queima o funcionamento do “sobrevivente” muda: ou para de piscar ou fica sempre aceso.

2 – Mantenha o farol regulado. Algumas motos contam com uma regulagem rápida, sem necessidade de ferramenta, para o caso de levar garupa e mais carga o farol pode ser alterado rapidamente. Mas para quem costuma viajar frequentemente com garupa é interessante regular o farol com o passageiro extra. As lentes dos faróis são assimétricas de forma a espalhar a luz mais para a direita e evitar o ofuscamento de quem vem no sentido contrário. Não tente “corrigir” isso.

3 – Nas motos esportivas e algumas big-trails é preciso ficar esperto nas manobras em baixa velocidade. O farol é fixado na carenagem e não vira com o guidão. Por isso muita calma na hora de virar uma esquina escura!

4 – O ofuscamento não é a luz que vem no sentido contrário, mas a cegueira provocada pela contração e dilatação das pupilas. Quando outro veículo joga a luz nos seus olhos, a pupila se contrai e demora cerca de 1,5 a 2 segundos para voltar ao tamanho anterior. Nesse período nós ficamos com a sensação de cegueira e isso é o tal ofuscamento. Agora imagine que uma moto a 100 km/h percorre 27 metros por segundo. Nesta velocidade o motociclistas pode percorrer até 60 metros sem enxergar direito. Por isso vem a próxima dica:

5 – Reduza a velocidade! Se naquela estrada, durante o dia, o limite é 100 km/h baixe para 90 km/h. Se o limite for 120, baixe para 100. Reduza em média 10 a 15% a velocidade porque não parece, mas 10 ou 20 km/h a menos pode ser a diferença entre conseguir desviar ou pegar um buraco.

6 – Muita atenção para quem viaja em estradas vicinais. À noite todos os gatos, jegues, cavalos, bovinos e a fauna silvestre são pardos e ariscos. Alguns animais ficam imóveis com a luz do farol e é mais fácil desviar. Outros simplesmente correm para qualquer lado e vira uma loteria acertar o lado certo!

7 – Fixe o olhar no lado direito. Para evitar o ofuscamento – e porque o facho do farol é assimétrico – é melhor manter o olhar sempre à direita quando vier algum veículo em sentido contrário.

8 – Mantenha a viseira do capacete sempre nova e limpa. Viseiras riscadas são um tormento à noite, porque ao receber a luz no sentido contrário os riscos formam “estrelas” bem brilhantes, mas nada bucólicas que atrapalham demais a visão. E se abrir a viseira todos aqueles insetos cascudos e cheios de patas entram pelo capacete e se alojam em algum dos orifícios do rosto!

9 – No entardecer, popular “lusco-fusco”, especialmente em dias ensolarados, os olhos demoram a se adaptar à nova condição de luz e uma das primeiras consequências é a perda da profundidade de campo, que é a capacidade de avaliar o quanto os objetos estão longe ou perto. O ideal, nesse horário, é parar em um posto de gasolina, fazer um intervalo de aproximadamente 15 minutos até escurecer completamente e só voltar para a estrada já acostumado com o breu.

10 – Nada é tão ruim que não possa piorar! Se pegar neblina à noite vença a tentação de usar o farol alto porque só vai piorar. Nós motociclistas temos uma melhor visibilidade do que os motoristas porque não temos o para-brisa molhado nem embaçado (se o seu capacete tiver aquela viseira nova e limpa citada lá em cima). E jamais ligue o pisca-alerta e muito menos pare no acostamento.

11 – Use adesivos reflexivos tanto na moto quanto no capacete e até na roupa. Hoje a maioria dos casacos, calças e até botas de motociclistas já tem esse material. As novas placas também são reflexivas e contribuem pra aumentar nossa percepção aos outros motoristas.

12 – Cuidado com os acessórios e faróis auxiliares. As polêmicas lâmpadas de xenônio são permitidas desde que na potência limitada pela Lei e com produza um facho branco. Algumas são azuladas, mas o facho do farol é branco. E as luzes auxiliares precisam ser reguladas para iluminar especialmente as laterais da estrada. Não use na cidade, só na estrada.

Fonte: https://www.webmotors.com.br/