Trocar o óleo do motor é barato, já o conserto de um motor danificado por descuidos com óleo dói muito no bolso.

Esta é uma grande verdade, que vale para qualquer tipo de motor, principalmente os motores das motos.

Por que “principalmente os motores de motos”? Várias são as razões. Se sua moto tem um motor refrigerado a ar, geralmente as monocilíndro de 100 a 300 cc, saiba você que isso não é totalmente verdade. Não é só o vento “lambendo” a superfície do cilindro ou (quando houver) “soprando” no radiador de óleo que se encarregará de manter temperatura ideal de exercício. Nestes motores o óleo tem um papel fundamental não só para minimizar atritos internos como também em espantar a “febre”, o calor excessivo que quase sempre leva a quebras ou desgastes precoces.

Já nos motores com sistema de refrigeração líquida, geralmente maiores e/ou mais sofisticados, o óleo tem um papel levemente menor na tarefa de conter calor em excesso. Porém, tanto em um tipo de motor quanto em outras trocas frequentes, respeito à recomendação do fabricante quanto ao tipo de lubrificante e verificação constante do nível são atitudes fundamentais.

PARA E ANDA FATAL
Um motor cuja vida seja feita de pequenos percursos intercalados por períodos extensos de parada sofre muito, quase tanto como um cujo dono acelera à fundo com ele frio. Mesmo se o óleo for novo e de excelente qualidade, é necessário não só fazer o motor funcionar em marcha lenta até que o lubrificante circule e alcance todas as partes e atingir uma temperatura razoável.

O ideal é que o motor funcione sem grandes oscilações de temperatura mas… no dia-a-dia, especialmente em uso urbano, isso é bem difícil. Como não há termômetro de óleo na grande maioria das motos, vale usar o bom senso: as rotações devem ser o mais contidas possível nos primeiros três-cinco minutos de funcionamento de um motor que ficou parado por mais de duas horas. E em dias frios, este tempo deve ser estendido a até dez minutos antes de acelerar para valer. Caso seus trajetos sejam sempre curtos, capriche no aquecimento antes de partir.

A razão desses cuidados com a temperatura tem a ver com a viscosidade do óleo: quando frio ele é mais denso (ou viscoso, dá no mesmo), e portanto circula com maior dificuldades pelas entranhas do motor deixando partes desprotegidas. Já quando a temperatura é alta demais, acontece o oposto. A perda de viscosidade deixa o óleo “fino” demais e assim ele é incapaz de formar uma película lubrificante conveniente entre as partes metálicas em movimento, e não cumpre sua função de limitar atrito e consequente desgaste.

Importante: oscilações muito frequentes e radicais de temperatura são responsáveis por uma deterioração progressiva na estrutura química do lubrificante e provoca a perda progressiva da eficácia. Isso exige prestar atenção não só na quilometragem, que é o dado mais comumente usado para determinar o momento certo de trocar o óleo, mas também no seu padrão de uso da motocicleta. O citado para e anda maltrata óleo e motor, e portanto demanda trocas mais frequentes. Outro problema vem da falta de uso, motos que ficam muito tempo paradas e cujo óleo perde as características ideais não pelos extremos de temperatura, mas sim pela oxidação natural que o contato com a atmosfera ocasiona.

MANUAL DO PROPRIETÁRIO, SEU GURU
De quanto em quanto você deve trocar o óleo do seu motor? Se você não se enquadra no caso dos cruéis utilizadores da moto fria em trajetos curtos ou na turma que a usa de vez em nunca, vale seguir o que o manual do fabricante indica.

Os técnicos que projetaram seu motor trabalharam duro para garantir o emprego, fizeram o melhor possível e não iriam de jeito nenhum errar na recomendação de prazo. Outro aspecto é não inventar moda: siga EXATAMENTE o que o manual do proprietário recomenda para seu motor com relação a especificação numérica (5 W 40, por exemplo) e quanto às letrinhas que seguem tal numeração. Sem cair ao nível do detalhe, basta dizer que os números se referem à viscosidade em temperatura baixa (número menor) e temperatura alta (número maior), e as letras indicam a aditivação.

Óleos designados para uso em motores motociclísticos levam em consideração que na maior parte deles a embreagem é do tipo “em banho de óleo”, e desta maneira a formulação dos aditivos prevê tal aspecto técnico. O uso de um óleo com viscosidade igual a recomendada no manual mas com aditivação diferente (um óleo para motores de automóveis por exemplo) pode causar problemas sérios no funcionamento da embreagem. 

 

 

Fonte: g1.globo.com